terça-feira, 23 de novembro de 2010

Tempestade

Rajadas de vento no mastro que geme…
as gaivotas na praia…
as vagas que sobem pelo casco acima…
o convés molhado lavado de espuma…
as gaivotas na praia...
alguém se passeia na tarde fria
o olhar aceso no tumulto das ondas…
o casaco apertado as golas para cima
os gritos que irrompem das asas… da bruma…
estremece a tarde…
…as gaivotas na praia…

(Clara Andrade)

Tempestade II

Acrílico s/tela
70x50

Tempestade I

Acrílico s/ Tela
70x50

Lugares de Sol I

Acrílico s/ Tela
70x50

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Luz

A luz que incide sobre o soalho…
aprisioná-la fragmento a fragmento
e lentamente
iluminar os lugares mais escondidos do tempo
e ofuscar os dias
em que os teus olhos abriam
buracos negros no meu peito...

Sem Título



Acrílico sobre tela
40x30




Lançaste ao fogo cidades
afogaste os exércitos
no vermelho mar da sua ira
hipotecaste terras tão preciosas
para estares junto de mim

(José Tolentino Mendonça)

Cidade Azul

Acrílico sobre tela
60x50

Lugares I

Acrílico sobre tela
70x50

Cidade Indomável

Acrílico sobre tela texturada
82x65

Cidades que Irrompem II

Acrílico sobre tela
80x40




Cidades que Irrompem III

Acrílico sobre tela
80x40

Cidades Inventadas III


Acrílico sobre tela - 60x60

Cidades Inventadas II

Acrílico sobre tela
60x60

Cidades Inventadas IV

Acrílico sobre tela
60x60




Cidades Inventadas I


Acrílico sobre tela
60x60

Lugares Inventados

Viste as casas pintadas…
aprisionadas as paisagens de lume…
disseste: alguém sem alma libertou cada parede…
cada porta…
cada janela
e onde antes habitava o silencio vazio do nada
habita agora o ser metade touro metade homem
às voltas no seu labirinto.
as suas formas incendiadas mancham de luz
os meus olhos de herói encarcerado
no teu corpo de sol
e de lugares inventados.
há-de sucumbir o Minotauro
hás-de salvar-me o coração…

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Poesia - Cidades

I

cidades que irrompem da terra escura

como árvores pintadas…

cidades efémeras

cidades incrédulas

cidades paradas no sopro da tarde

cidades inventadas de poeira fina num deserto roxo

cidades de sonho

cidades de sombra com luz por dentro…

cidades esmagadas e habitadas por mulheres de sal

cidades traçadas sobre um rio de mármore

cidades de deuses redentoras dos homens e das outras cidades

cidades esculpidas

cidades antigas de jardins suspensos num lago de sonhos

cidades de pássaros

cidades fantasma

cidades esquecidas no bolor dos tempos

cidades nascidas na poeira do nada…

cidades santas com pedras em sangue

cidades invisíveis com nome de Cloé, Zirma e Octávia

cidades distantes

cidades de luz

cidades de água…




II

a cidade descoberta sob a branca luz da tarde…

…mesmo ao lado dos campos e das águas.

de longe não lhe vemos os abismos nem os ruídos

nem os cinzentos que lhe atravessam as ruas e as praças…

são de cristal os prédios e campanários

límpido e puro o seu recorte…


ficamos a olhá-la longamente… até nos arderem de espanto os olhos…




III

nas ruínas da cidade permanece a poeira das memórias…

séculos e séculos de reencontros

e traições e abandonos…

e sonhos apunhalados…despenhados do alto das suas torres

sobre um rio que atravessa imperturbado…

e à noite na penumbra de muitas vozes

há deuses de pedra caminhando com leveza sobre o tempo

enquanto as aves famintas lhes dilaceram os olhos…

vejo-os do alto do meu prédio entre lápides e ciprestes…

estendo as mãos e saúdo o exército que irrompe do nada

desalinhado e fúnebre na cidade novamente sitiada

depois afasto-os com um gesto breve

mesmo a tempo de me salvar das suas hostes…




IV

na cidade cansada as ruas desfazem-se lentamente dos seus mistérios

e erguem-se intactas e lavadas da terra escura

ao lado das tílias e dos jardins tratados…

porque amanhece…

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Cidades que Irrompem

I. Acrílico s/tela (2010)
80x40

II. Acrílico s/tela (2010)
80x40

III. Acrílico s/tela (2010)
80x40

Cidades de Luz II

I. Acrílico s/tela (2010)
60x40

II. Acrílico s/tela (2010)
50x40

III. Acrílico s/tela (2010)
40x30

IV. Acrílico s/tela (2009)
70x50

Cidades Incrédulas

I. Acrílico s/tela (2008)
50x40

II. Acrílico s/tela (2009)
70x50

Cidade esquecida

Acrílico s/tela (2008)
90x70


Cidades de Luz I

I. Acrílico s/tela (2008)
40x30

II. Acrílico s/tela (2008)
40x30

III. Acrílico s/tela (2008)
50x40

Cidades Fantásticas

a cor da névoa nas paisagens molhadas

e as casas de luz

ao abrigo das sombras.

repartem-se as águas, o coração e o fogo

pelos espaços em branco.

pelas cidades fantásticas

assim pousadas na claridade do sonho

e do silêncio.

os meus olhos ao fundo.


I. Acrílico s/tela (2008)
40x30

II. Acrílico s/tela (2008)
40x30

III. Acrílico s/tela (2008)
3ox25

IV. Acrílico s/tela (2008)
30x25